sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Conversa


M: Galera, tô com o pinto na mão aqui.
D: :O
W: Q?
C: Que absurdo.
J: Eu gosto é da safadeza.
M: Calma, gente. É o pinto do meu pai.

        D saiu

C: Chocada.
J: Eu quero é foto!
M: Vocês são muito dramáticos.

        M adicionou D

M: É aquele pinto (ave) que tinha fugido.
W: Com a galinha da vizinha?
M: Esse mesmo. Já tinha procurado de noite e de dia. Finalmente achei.

        Áudio de D

W: Pois é.
M: É que ele pia muito. Daí só dorme se eu passar a mão na cabecinha.
H: Que é isso aqui, hein?

        Áudio de J

D: KKKKKKKKK
W: HAHAHAHHAHA
M: Será que vocês podem me ajudar ou tá difícil? Tô sozinho aqui em casa.
C: Tá sozinho é, bb?
J: RT
D: Começou...
M: Deixa. Vou colocar o pinto lá trás.
H: Danando.
P: Oxi
P: Vocês falam demais.

        Áudio de J

        W está digitando...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Hot Girls Wanted


"Os acessos a sites pornô superam os de Twitter, Netflix e Amazon juntos".
O documentário produzido por Rashida Jones informa também sobre a crescente valorização da garota real em relação às atrizes que interpretam garotas comuns. A procura pelo pornô amador é cada vez maior. E milhares de garotas de diversas cidades querem entrar nesse meio. Óbvio que isso não é apenas uma resposta à essa demanda. Motivos como liberdade sexual, financeira e familiar permeiam a mente dessas jovens maiores de idade.

Grande parte das filmagens pornô ocorre em Miami, onde não existe lei que obrigue o uso de preservativos nos atores. E é nesse estado que reside Ryle. Além de ator ele age como agenciador de garotas que chegam a todo momento buscando uma oportunidade no ramo. Ryle divide uma casa com as "meninas dele" das quais sente muito orgulho e recebe 10% em cima de cada cena protagonizada por elas.

Quebrar barreiras e mostrar que não há diferença entre essa e outras profissõester uma vida diferente dos pais; fazer algo rápido, fácil e de retorno imediato; possibilidade de interpretar uma personagem; sexo como trabalho não significa nada são frases ditas pelas garotas com bastante convicção.

Entretanto não basta apenas acreditar nessas afirmações. Para fazer sucesso é preciso se auto promover. E a ferramenta ideal para isso é o Twitter onde, diferente de Facebook e Instagram, não censura boa parte do conteúdo pornográfico. O número de seguidores é de extrema importância para dar visibilidade à atriz e fazer com que permaneça em evidência. Pois geralmente as produtoras usam uma garota em duas ou três cenas e se elas ficam famosas são remanejadas para categorias específicas. Mas isso não acontece sempre. Grande parte das garotas sai após três meses. E no melhor dos cenários permanece durante um semestre, existindo ainda a possibilidade de retornar.

Ava Taylor em gravação de cena para um filme

Boa parte do documentário foca em Tressa (Stella May). Utilizando de recursos como diário digital e filmagens acompanhando-a de fato, somos apresentados aos pais e ao namorada dela. Confidenciamos também suas angústias, certezas e relações com os amigos que sabem o que ela faz pra ganhar a vida.

Além das relações humanas fora do trabalho, outros pontos delicados são destacados pelas próprias atrizes. Como cenas que podem ser nojentas e a certeza que o único objetivo é fazer o cara gozar. Questões médicas também são levantadas. Embora todos os envolvidos nas cenas realizem exames
de sangue a cada duas semanas, o desgaste por transar demais é um fator prejudicial à saúde. Por fim alguns questionamentos são expostos. Eu queria tanto dinheiro assim? Como isso afeta as pessoas ao meu redor? É o meu jeito de fazer as coisas ou é o jeito mais fácil?

O documentário, que está disponível na Netflix, se preocupa principalmente em mostrar a percepção dessas garotas evitando definir o que é certo ou errado. Através de perspectivas únicas e verdadeiras, retratos de uma realidade diferente são filmados fugindo do "ação" de um diretor de filmes para maiores.

sábado, 7 de janeiro de 2017

AQUELA DO LÁPIS


  Se apaixonaram no momento em que se conheceram. E assim que se conheceram ele já estava dentro dela. Foi rápido porém muito bom. Ele ficou um pouco tonto e menor, mas já ansiava pela próxima vez. Ainda tinham vestígios dele dentro dela. E ela adorou isso.
  O último relacionamento do lápis havia sido bastante estável e duradouro. E embora ela ainda estivesse em sua cabeça foi decisão dele encerrar aquela história. A borracha era uma ótima companhia. É verdade. Mas ficar sempre com ela tirou o prazer da descoberta e o mistério do que estaria por vir. Era sempre o mesmo. A comodidade rotineira tornou-se desgastante. E ela também já não aguentava apagar os erros dele. No fim foi bom para ambos.
 Já com a lapiseira era sensacional. Ele estava em um mundo novo. Nunca sabia quando estariam juntos. Era sempre uma surpresa. Se bem que ele suspeitava que tinha algo a ver com sua ponta pequena. Quem entende? Nem sempre tamanho é documento. Ela sempre estava feliz e receptiva. Com um sorriso de ponta a ponta ele sentia que ela queria consumi-lo. E sendo honesto ele queria muito isso. Seu grafite nunca tinha sido tão desejado como agora. Nem quando teve um breve relacionamento com a caneta.
  Ele adorava a caneta. Nem conseguia acreditar que estavam juntos. Ela era belíssima e todos a queriam. E ainda por cima tinham os mesmos sonhos, gostavam das mesmas coisas. Entretanto ele sentiu-se sufocado. Ela queria algo permanente de imediato. Ele, do contrário, queria testar antes pra saber se aquilo daria certo a longo prazo. Ela gritava que sua tinta estava acabando enquanto ele tentava acalmá-la. Como não chegaram a um acordo, ela tampou-se e partiu.
  Mas agora tudo estava perfeito. Ele estava envolto em um turbilhão de sentimentos avassaladores. Era maravilhoso estar com a lapiseira. Estava perdidamente apaixonado e não se via com mais ninguém. Até que um dia tudo transformou-se em pó. O sonho ficou manchado quando ele a viu apontando outro. Um lápis preto enorme. Aquilo o deixou desapontado.