domingo, 23 de setembro de 2018

Mesmo com 44% do horário eleitoral gratuito, Alckmin patina entre os terceiros colocados


  O tempo que os candidatos têm disponível na TV e no rádio parece não estar contribuindo
muito para a campanha dos presidenciáveis. Geraldo Alckmin (PSDB), que acumula a maior
fatia do horário eleitoral, está embolado com Ciro (PDT) e Marina (REDE) no terceiro lugar
entre a preferência do eleitorado, segundo a última pesquisa Datafolha. Enquanto isso, Jair
Bolsonaro (PSL) segue isolado no primeiro lugar das intenções de voto, mesmo tendo apenas
8 segundos da faixa gratuita.
Os detalhes referentes a todos os presidenciáveis você observa logo abaixo:

Distribuição do tempo de horário eleitoral gratuito reservado aos presidenciáveis
*De acordo com a pesquisa registrada no TSE sob o código BR-06919/2018

Historicamente esse tempo é utilizado para se defender de ataques, atacar outros candidatos
e apresentar propostas. No infográfico a seguir você acompanha como é feita a distribuição do
horário eleitoral gratuito. 
A aliança que o tucano fez com o chamado bloco do centrão lhe rendeu 5 minutos e 38
segundos de rádio e TV, mas não está sendo o suficiente para dar uma guinada na
candidatura. A pesquisadora e cientista política Priscila Lapa, relembra que os próprios
dirigentes do partido reconheceram os erros desde as últimas eleições, ocasionando um
afastamento do eleitor tradicional. "A incapacidade do PSDB de protagonizar, no cenário
nacional, o antipetismo, acabou abrindo espaço para outras candidaturas. Então, o PSDB já
chegou desorganizado e enfraquecido para esse processo eleitoral e dificilmente um maior
tempo de rádio e televisão conseguiria reverter isso", aponta a cientista.
Em relação a Jair Bolsonaro ela destaca que o candidato está no palanque a muito mais
tempo do que os outros presidenciáveis. Algumas ações do parlamentar já eram utilizadas
como atos de campanha presidencial atraindo uma parcela de seguidores. "Nesse ponto de
vista realmente os meios tradicionais de se comunicar com o eleitor não fazem mais tanta
diferença, uma vez que o eleitorado dele já está consolidado. E isso no período eleitoral
ganha outra proporção porque as pessoas começam a buscar sua opção e o percebem como
um candidato competitivo", pontua.
Esses fatores somados ao sentimento de insatisfação com a classe política e o uso efetivo
das redes sociais ajudou a capitanizar boa parte das intenções de voto em Bolsonaro.
E essa é uma tática que tem rivalizado com os meios tradicionais. Seja pelo pouco tempo
reservado ou por afinidade com o mundo digital, a campanha na internet tornou-se um filão
importante. Lives, twitaços e memes têm cada vez mais espaço nas ações dos candidatos.
Mas vale reforçar que independente de quão bem a internet ou TV sejam utilizadas, o resultado
na prática não depende apenas deles. "As redes sociais ajudam nesse processo, mas é preciso
observar a conjuntura atual. No caso de Jair Bolsonaro, se não houvesse um contexto político
favorável para o crescimento de um discurso de direita, talvez ele não obtivesse o mesmo sucesso",
conclui a pesquisadora.





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